sábado, 4 de setembro de 2010

La Paloma...

Corria pelas ruas de São Paulo como uma louca, parecia estar em pânico, olhava para trás constantemente, algo a perseguia. Havia terminado de chover a poucos instantes, as ruas estavam escorregadias e ela mal parava em pé, sua roupa estava suja de barro, seu cabelo preto estava colado em seu corpo por causa do suor. Olhava a cena da minha janela, não entendia do que ela corria, ou de quem, resolvi ajuda-la, desci as escadas de casa, abri a porta e a puxei para dentro no exato momento que ela passava.
-El quiere de mí?- disse ela ostilmente.
-Acalme-se moça, só quero lhe ajudar.
-No, no, déjame ir! Por favor déjeme, nadie me puede ayudar!
-O que foi Marcos, que barulho é este aqui?- disse Yoshie mãe de Marcos que se assustara com o barulho.
-Mãe ela precisa de ajuda.- Yoshie ja foi tirando sua blusa de frio e envolvendo a moça que já estava se acalmando.
Sentada no sofá da sala com uma xícara de chá na mão, todos a olhavam.
-O que faz aqui menina?- perguntou Dona Yoshie.
-No sé, no sé dónde estoy ni cómo llegué aquí esta todo tan confuso!-disse a moça começando a chorar.
-Ei, ei, acalme-se, não chore! Sabe pelo menos o seu nome?- a moça olhou para a janela e viu uma pomba sobrevoar o local.
-Paloma. Tengo que ir, gracias, tengo que ir!- disse ela vendo uma arvore balançar.
-Espera o que houve?
-Usted no puede ayudarme , yo no quiero salir lastimado por mi culpa.
-Me diga! Por favor!-disse Marcos olhando no fundo daqueles olhos negros.
-Sólo me dicen que puedo manejar solo, hay cosas que no quiero vivir, ni los que me ayuda, entonces te enteraste antes de que me tengo que ir.
-Não há nada que possamos fazer?
-No, no puedo hacer otra cosa que tratar de sobrevivir, y olvídate de mí. Dale esto al Padre Juan Pablo en catedral San Francisco, dijo que su hija le dijo que él entenderá.
Ela tirou a blusa que Yoshie havia lhe dado e deu um beijo em sua testa, um beijo carinhoso de agradecimento por tudo, virou-se para Marcos, deu-lhe um beijo no rosto e sussurrou apenas "Hermano, tenga cuidado". Correu em direção a janela e pulou do terceiro andar, ambos correram para ver se ela havia morrido, mas nada havia no chão, ela havia sumido, e talvez para sempre.
Marcos pegou o bilhete que ela havia lhe entregado para que ele levasse até o Padre, segurou-o forte no peito como se aquilo fosse tão valioso quanto sua vida. Foi andando até a catedral, olhando para os lados com medo que alguem o seguisse. Bateu na porta da Catedral, um velho abriu a porta e ele lhe entregou o papel, ele leu e as lágrimas de alegria rolaram em seu rosto flácido, ele apenas disse "Está viva", Marcos sorriu, ficou feliz de te-lo ajudado. O Padre lhe cutucou e mostrou uma imagem na parede, era uma pintura de época, pelo menos de uns 200 anos atrás, quando viu o rosto, notou que era extremamente parecido com o de Paloma, o Padre sorriu e Marcos virou-se para sair quando notou em cima da torre da catedral que Paloma estava lá, sorrindo para ele, mas logo sumiu em um piscar de olhos e lá só uma pomba pegava vôo no local.





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