quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Amor doentio

-Eu te amo!
-Não me importo! Eu amo outro!
-Mas ele não te ama como eu te amo!
-Sim, ele me ama mais, ele não quer que eu me mate, ele não me julga!
-Mas ele não te conhece como eu conheço.
-Não me importo, você acha que quero passar minha vida contigo? Não, eu não quero!
-Você passou a vida toda comigo, sempre fomos felizes juntos!
-Mas minha vida não é só você, há outras coisas além de você as quais eu quero viver, já disse deixe-me!
-Mas e eu? O que farei sem você aqui?
-Eu sempre estarei aqui, você nunca ficará sem me ver, eu estarei em você e você estará em mim, entenda!
-Mas eu te quero só pra mim! Eu sou egoísta te quero só pra mim, você é só minha, você é que tem que entender!
-Não, eu arranjei alguém que me ame, e eu o amo, eu continuo te amando, é inevitável não te amar, mas é que seu amor é nocivo... Você tem que abrir a mente para outras coisas! Ele também te fará bem! - ela passou a mão sobre os cabelos, num gesto de desespero e pôs-se a chorar.- Entenda, além de você há muitas outras coisas a se viver, por favor! Se você me ama, me deixe viver, assim nós viveremos felizes!
-Levante-se do chão, por favor! Eu te amo, então, deixarei você viver com ele, se isso fazer sua felicidade! Mas se ele não te fizer feliz, você sabe onde me encontrar!
Ela se levantou, olhou para frente, estava em frente ao espelho quebrado do quarto vazio, falando consigo mesma, eram duas, se amavam, o quarto? O lugar de encontro das duas amantes, egoístas o bastante para quererem uma a outra apenas para si! O seu eu que se manifestava, o seu eu que amava a si própria, no amor mais doentio da história!

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