quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Grito

Para quem declamar poemas de amor, se o amor que era já não é mais,
o amor de hoje já não se chama amor, agora é só futilidade?
Para que acalentar-me nos braços de alguém, se esse alguém já não é o mesmo,
se o mundo já lhe mudara e transformara em outro ser o qual não conheço?
Para que sentir frio, se o calor desta existência já me queima por dentro,
se apenas existe o frio da angustia e te-la, nada me fará bem?
Para que gritar a felicidade, se ela já não é a mesma felicidade de antes,
se esta felicidade não passa de acomodação?
Para que realizar um sonho, se o sonho já não é mais sonho,
se o imaginar já não é idealizado?
Para que chorar de dor, se a dor é algo relativo,
se a dor já não dói tanto quanto o pensar?
Para que escrever versos, poemas e prosas, se ninguém irá ler,
se ler já não entenderá?
De que vale a palavra se não acompanhada de amor, de inspiração em alguém, de sentidos, de sentimentos?
De que vale a palavra se são só palavras? De que vale?
Sim eu grito, eu grito por que sentir me faz ser!

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