quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

E enquanto eu finjo que está tudo bem

E quando está tudo bem ele invade meus sonhos,
meus sentidos, minha lucidez e arranca toda a vida que eu construí sem ele
E quando está tudo bem ele me olha de um jeito,
excita minha memória e revive tudo que eu pensei haver matado
E quando está tudo bem ele conversa comigo,
sua voz tira toda aquela sanidade que ainda achava obter e não me resta mais nada
E quando está tudo tudo bem ele passa perto de mim
e o seu cheiro invade meus sentidos como se necessitasse daquilo pra viver
E enquanto eu finjo que está tudo bem ele faz questão de não deixar nada bem em mim, de não deixar pedra sobre pedra da barreira que eu construí entre ele e eu... e enquanto eu finjo que está tudo bem ele insiste em mostrar para todos que não está nada bem comigo sem ele, mas eu resisto por saber que está tudo bem com você e eu quero que continue tudo assim...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

...

Sem querer, sem entender, acordamos um dia de manhã com vontade de escrever, de falar sobre algo que está guardado em nós e só nós mesmos sabemos do que se trata, mas em contramão, mal sabemos por onde começar.
E a gente mesmo sem saber, procura nas entrelinhas da vida um motivo a mais pra viver cada dia. Talvez o sonhar e tornar isso realidade já não seja o bastante para querer acordar todos os dias de manhã.
Já abri minha janela e me perguntei de onde vem tantas pessoas sem rumo, o que se passa em suas mentes, o que se escreve nos seus livros da vida, ou se disso posso chamar seus livros...
Já me sentei num monte e olhei para o mundo e tentei achar o meu verdadeiro lugar, cogitei se pelo menos eu o tenho aqui, se é aqui ou se já foi aqui...
Eu agora de manhã poderia me olhar no espelho como de costume e perguntar se minha lucidez está por completo ou se ainda abre espaço para a insanidade, talvez seja este o meu problema...
As vezes as perguntas são tantas que eu queria simplesmente ignorar o mundo e viver a vida como aqueles que vejo passar nas ruas, sem olhar para os lados, sem pensar no porquê, no como, no onde. Sem entender aquilo que acontece e simplesmente deixar de acontecer. Mas daí me vem outra pergunta: Eu seria eu se fizesse isso?
Então fico assim presa entre ser eu e ser mais um, mesmo que para o outro eu seja mais um, é relativo, cada um se acha na singularidade e eu tenho certeza que do outro lado da rua aquele rapaz também acordou de manhã com vontade de escrever algo e mal sabia por onde começar.

sábado, 14 de maio de 2011

Um abraço a loucura

Sentei naquele banco de praça despretensiosa como sempre, as tardes de outono sempre me foram convidativas. Olhei para os lados, ali estavam várias pessoas a fazer o mesmo que eu, nada, só estavam lá e isso já lhe bastavam. Pessoas que assim como eu nada querem além daquilo que são de fatos delas mesmo, que nada admiram mais do que o que universo está proposto e é capaz de nos dar, que tudo sonham além daquilo que lhe consideram normal.
São estes que consideram o fato de respirar algo bonito, o fato de sorrir uma vitória, o fato de ser loucos mais um motivo pra continuar vivos. Pois do que serve mais a vida do que pra viver?
Deixemos a lucidez guardadas nos armários sujos, deixemos a loucura brincar um pouco com nossa mente. Deixemos a educação de lado, o egoísmo, a preocupação exacerbada, a superioridade, a tristeza e vamos ser felizes pelo que nós somos e não por aquilo que pensamos ser ou que acham que somos.
Deixemos as correntes da discórdia, as algemas que nos prendem ao senso comum e vamos ser tudo aquilo que sempre mantivemos guardados dentro de nós.
Um abraço àqueles que sempre conseguiram fazer isso, abraço àqueles que sempre foram eles mesmos, que sempre riram daquilo que acham engraçado, que sempre fizeram aquilo que deveria ser feito, um abraço àqueles que são mais que tudo que o mundo necessita, um abraço àqueles que são acima de tudo aquilo que nasceram para ser, amigos, irmãos, loucos, engraçados, humildes, simples... Um abraço a loucura, um abraço pra Bianca Verônica, Marcelo Castro, Rosana Martins, Luana Cruz, Ana Laura Mulatti, Deborah Macedo, Nathan Lima, Sidy Yamashita, Daniela Souza, Poliana Aurélia, Karina Késsia, Alessandra Vidal, Maria de Fátima, Amandinha entre outros ...


Homenagem a Bi *-*

Síndrome

Amor é uma síndrome, uma doença com vários sintomas, pode ser maligna ou benigna. Maligna quando acaba, benigna quando nunca cura.
Quando os olhos dos doentes se encontram as mãos suam, os corações aceleram, a boca fica seca e só os olhos é que conseguem entregar tudo aquilo que não consegue sair pela garganta que neste instante já tem um nó.
Quanto mais perto da pessoa, mais os sintomas ficam agressivos, as pernas ficam bambas, as bochechas ficam rosadas, os olhos começa a encher-se de água e a maioria das palavras somem e você mal sabe o que falar. O desespero se abate e mais um sintoma aparece a síndrome do pânico ou em casos mais extremos você simplesmente age como um completo idiota. Mas a outra pessoa não se importa, pois ela só sabe sorrir, outro sintoma do amor.
Se verdadeiro for esta sindrome, você nunca se curará e os sintomas nunca passarão. Todos os beijos que você e outro doente trocarem vão parecer com o primeiro que vocês tiverem, será eterno, será intenso, este podemos dizer como o momento mais crítico da doença, todos os sintomas estarão no ápice e os doentes se tornaram dependentes disto. É cruel, eu sei. O sorriso da pessoa amada é mais revigorante do que quando o sol nasce, aqueles pequenos trejeitos, o modo como mexe com o cabelo, como porta-se diante dos outros, como diz o seu nome, como olha pra você e como os olhos dele brilham quando você o chama. Todos os gestos do doente são minusciosamente admirados por você, tudo nele parece perfeito, tudo nele parece ser tão perfeito pra você. Todos os defeitos dele parecem ser perfeitamente defeituosos, porque só você enxerga nele aquilo que todos os outros sãos não conseguem ver. Doente reconhece outro doente, sabe como é!

E se você sente todos este sintomas quando está perto de alguém, sinto muito em te dizer mas tenho péssimas notícias para você!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pedido

Eu só te peço que afaste-se de mim
que não cruze o meu caminho
que não olhe para mim
e nem muito menos encare os meus olhos
isto já não é mais seu papel
Eu só te peço que não fale mais o meu nome
que não se refira a mim em momento algum
que não comente minhas palavras
e nem muito menos me cite em um dos seus comentários
isto já não é mais seu papel
Eu só te peço que não tente ser feliz perto de mim
que não sorria para as garotas pensando que eu me importo
que não tente me atingir
e nem muito menos me fazer sofrer com seus joguinhos
isto já não é mais seu papel
Eu só te peço que não tente me entender
que deixe a mim e à minha estranheza sozinhas
que não se esforce em ver o mundo como eu vejo
e nem tente fazer parte dele
isto já não é mais seu papel


E se pensa que te peço isto
porque te odeio, porque não te quero mais
saiba que está enganado
faço isso por gostar demais de você
e me dói a cada momento que você me olha, diz meu nome
ou faz qualquer coisa que se refere a mim
sendo que comigo você não quer estar...
isto infelizmente já não é mais meu papel...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Aeroporto - Crônica

Como de costume cheguei bem cedo ao aeroporto afim de pegar o primeiro avião para a capital, iria visitar minha irmã como todos os anos eu fazia. Sentei-me num banco, coloquei minhas malas ao meu lado e me entreguei aos prazeres do morador da cidade grande: ler as tragédias do seu país. Passado alguns minutos, senta-se ao meu lado uma jovem mulher, parecia ter uns trinta anos e trazia consigo um bebê de colo e outro menino no apogeu dos seus cinco anos de idade. A mulher sorriu para mim com uma simpatia ímpar, parecia ser a primeira vez que viajava de avião, ao meu ver ela não era da cidade e não havia se acostumado com a antipatia do paulistano. Respondi ao cumprimento com um singelo sorriso, olhei as duas crianças com uma face debochada, não conseguia não demonstrar a minha aversão a estes seres perversos que alguns ainda teimavam em chamar de anjos.
A criança de colo o qual a mãe chamava de Marciliane tentava de todos os modos agarrar meu jornal o qual tinha como capa a visita de Obama ao Brasil, sua mãe a segurava-a com lentidão e certamente em vão, pois aquelas crianças tinham total controle sobre aquela mulher que sorria sem jeito para mim como se pedisse ajuda. Para decretar o final daquela luta, eu já notando o meu jornal completamente babado e amassado, dei o jornal a criança que o apertava com os dedos molhados e o levava a boca, aos poucos a face do presidente Obama ficava irreconhecivel.
Olhei para frente e vi que o meu avião atrasaria, voltei meus olhos para as crianças e pensei comigo que aquele atraso realmente iria demorar mais do que o tempo cronológico marcava. O menino mais velho chamado carinhosamente pela mãe de Toninho, corria de um lado para o outro com um carrinho barulhento e fazendo barulho com a boca.
- VRUMMMMMMMMMMMMMMMM!
- Toninho meu filho, pare com este barulho, não vê que esta atrapalhando as pessoas! -  falava em vão a mulher.
- Mãe, não enche! - respondeu o garoto gritando com a mãe.
- Toninho, não fala isso com a sua mãe.
Eu no lugar dela já teria espalhado petelecos para todos os cantos, de onde já se viu um garoto tão novo desrespeitar a mãe assim. Por isso que sempre disse que crianças só deveriam aprender a falar depois dos dez anos.
Toninho não ficava quieto, passava com o carrinho por cima dos pés das pessoas, atiçava os cachorros que estavam sendo colocados nas gaiolinhas, gritava e corria loucamente por cima de todos os bancos. E eu olhava aquilo com os olhos arregalados enquanto a mulher me explicava:
-Toninho é hiperativo, precisa de acompanhamento médico!
- Claro. - falei querendo na verdade recomendar-lhe um ótimo exorcista, porque aquele menino não era de Deus certamente.
- A senhora tem filhos? - ela me perguntou.
- Não, graças a Deus não.
- Não gosta de crianças não?
- Não muito senhora, não muito. Crianças me assustam. - respondi olhando o relógio e verificando que ainda faltava uma hora para o meu avião partir.
Toninho veio correndo em minha direção como um foguete e me acertou um chute na canela que doeu de tamanha maneira que até o ar me faltou no momento. Pensei em dizer milhões de palavrões, mas nem isso eu conseguia. A mulher me pedia desculpas uma atrás da outra sem cessar, enquanto a criança e o bebê sorriam sem parar. Passou pela minha cabeça colocar aqueles dois animalzinhos os quais chamavam de crianças junto com os outros cachorros, mas eu iria ir presa, infelizmente.
Recuperei-me da dor, levantei-me e sai para a área de comércio do aeroporto, voltei de lá com várias revistinhas em quadrinhos e guloseimas. Fui até Toninho e cochichei no ouvido dele um pedido e entreguei tudo que eu havia comprado a ele e ele aceitou o pedido balançando a cabeça e já saboreando as infinitas qualidades de balas.
Os minutos se passavam e quando já chamavam para o embarque, a mulher me perguntou o que eu havia feito para que Toninho cessasse suas traquinagens, pus a mão em seu ombro, olhei no fundo dos seus olhos e com um olhar pesaroso eu respondi:
- Trabalho há dez anos como delegada e sei muito bem como lidar com marginais. Boa sorte, você vai precisar.

terça-feira, 29 de março de 2011

Vida E Privada

Hora de relaxar, de pensar na vida, de fazer com que tudo que me faz mal e que não presta para mim ir por água a baixo. Momento de fazer com que eu fique mais leve, alegre, desinibida; momento de me esforçar ao máximo, de suar o rosto, de fazer careta e logo depois uma cara de alívio. Entro no banheiro, tranco a porta, abaixo as calças, sento-me na privada, apoio o queixo sobre a mão e conseqüentemente o cotovelo sobre o joelho e me trono a mais nova escultura de Auguste Roudin: A Pensadora! É chegado o momento de filosofar!
Há quem faça cara feia para este assunto, mas é a mais pura verdade, atire-me a primeira pedra quem nunca levou para o banheiro um jornal, revista, bula de remédio ou simplesmente parou para pensar na vida sentando num vaso sanitário.
Tenho quase absoluta certeza de que vários pensamentos, correntes filosóficas ou sociológicas, teorias físicas, biológicas ou químicas e até mesmo invenções surgiram do momento banal e crucial diário em que o sábio pôs-se a sentar no seu trono e fazer o número 2.
Já nota-se que a imagem passada do homem sábio está um tanto relacionada ao ato de estar sentado num lugar calmo, silencioso e sempre sozinho, talvez seja isso que faça com que o banheiro e seu tímido vaso sanitário sejam tão acomodadores e estimulantes.
Creio eu, que o simples fato da diária filosofia no momento da evacuação dos dejetos seja um dos poucos prazeres do homem moderno ainda conservado no seu processo evolutivo.
Os minutos no banheiro vão passando, suas vias nasais acostumam-se com o odor e os pensamentos críticos e inventivos fluem sem nem ao menos percebermos. Folheia-se uma revista, nota-se mais um escândalo político brasileiro e comenta-se aleatoriamente "Isso não está me cheirando bem!" referindo-se a notícia, é claro! Pequenas pausas são feitas diante do pensamento filosófico para que possamos "esforçar-nos" mais um pouco, dependendo da intensidade do esforço esboça-se um franzir de testa ou uma careta fantasmagórica, mas sempre procedida de uma face serena de um alívio tão bom. Então voltamos a filosofia.
Acho que podemos dizer que evacuar já não é mais apenas uma necessidade biológica, mas também uma necessidade intelectual. A ciência proclama pela emancipação dos filósofos de privadas. Para mim, deveria ser obrigatório a ida ao banheiro pelo menos três vezes ao dia, tudo pelo progresso e bem da ciência. E se me perdoarem o gracejo, digo mais, a filosofia no banheiro evitaria o acúmulo de merda, literalmente e figuradamente.
Agora, sem mais delongas, levanto-me do vaso, limpo-me, dou descarga nos meus problemas e vejo-os irem por agua abaixo. Olho-me no espelho, sinto-me ligeiramente sábia, lavo minhas mãos, abro a porta e saio aliviada. Filosofei demais por hoje, já chega!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Filhos pródigos

Naquela casa de classe média em um bairro nobre de Nova York o silêncio dos moradores era mortal, os olhares medrosos e sofridos corriam cada canto da casa correndo de olhos conhecidos. Alguém bate na porta, todos se olham a fim de saber qual irá atender, a mãe da família vem da cozinha a correr e abre a porta num estampido:
- Sou Detetive do departamento de desaparecidos de Nova York... - antes que a mulher pudesse terminar a frase a mãe já empurrou-a pra dentro da casa.
- Por favor sente-se! - disse a mulher apavorada.
- Conte-me senhora Mashston o que houve antes do desaparecimento da criança!
- Eu fiz tudo que costumo fazer, as nove dei-lhe a mamadeira e o pus para dormir, Sam chorou um pouco e eu o observei da porta do quarto, pois ele sempre faz manha para não dormir no berço e sim comigo e com meu marido. Quando ele adormeceu eu também fui dormir, meu marido assistia ao final do campeonato de futebol e os meus outros dois filhos estavam no quarto deles, Benjamin estava dormindo e Jason jogava vídeo-game. - a Detetive percorreu os olhos nos moradores da casa, mas parou os olhos em Benjamin, algo naquele rapaz lhe chamou a atenção, mas logo voltou seus olhos para a mulher novamente - Logo, todos foram dormir e as uma da manha eu acordei e Sam não estava no berço. E o resto foi um alvoroço, por favor Detetive traga meu filho de volta.
- Farei o possível e o impossível, minha senhora! - ela olhou novamente para Benjamin que tinha uns 17 anos, fruto de um abuso sexual sofrido pela mãe quando ainda era adolescente, cara de garoto problemático, não gostava de enfrentar os olhos das pessoas, os dedos de suas mãos e dentes eram amarelados, de certo ele fumava algo mais caseiro o qual ele mesmo fabricava, por isso a presença de fumo nas mãos e seu jeito de se mexer denunciava uma brutalidade e impaciência quanto a tudo. - Por favor, deixe-me olhar a casa e procurar pistas sobre o desaparecimento?
- Claro, claro! -  a mulher choramingando respondeu-a e abraçou o marido, enquanto a Detetive subia as escadas.
Ela foi até o quarto do bebê, a porta estava apenas cerrada, a janela aberta e com as cortinas voando, típica cena de sequestro, de fora as primeiras quatro telhas estavam desalinhadas, ela esticou as mãos até a ultima telha desalinhada, sorriu. Voltou-se para o berço, o lençol não estava muito bagunçado e todos os pertences quanto a coberta e bolsa de emergência haviam sido levadas, ela então franziu a testa e assim continuou, parecia que ela começava a ter certeza da desconfiança. Quando saía do quarto, notou cinzas no chão e então correu ao quarto de Benjamin.
Vasculhou gavetas, mas não achou o que queria, de repente olhou parou, respirou e olhou para o teto. Havia um símbolo lá de uma seita satânica praticada por adolescentes de classe média e alta, ela então virou as costas e desceu as escadas:
- Vou contatar meus superiores sobre as pistas e já venho com respostas! - ela disse apressada para a mãe que a olhava esperançosa em pé na escada, a Detetive seguiu até Benjamin, farejou no ar um cheiro bem conhecido e sussurrou:
-Sabe que cheiro é este Ben? - ele acenou com a cabeça que não sabia - é cheiro de culpa! - ele arregalou os olhos e subiu para o seu quarto.
A Detetive saiu da casa, pegou o seu carro e partiu com pressa. Olhou as horas, eram 2:45, ela tinha 15 minutos para chegar até o local da seita.
Há uns seis minutos de lá, numa casa de madeira velha e podre, a Detetive parou o carro, deixou a arma no carro e correu para a casa. Rodeou-a e logo avistou uma pequena janela do porão, do lado havia uma entrada térrea a qual ela arrebentou o cadeado e adentrou.
O porão era enorme e tinha vários cômodos, todos de madeira podre e cheiro de animais mortos, ela ouviu um barulho estranho em um dos cômodos e quando ia chegando viu que dentro de uma enorme cuia de barro estava o pequeno Sam, ao redor dele várias pessoas com longas vestimentas pretas e aveludadas, uma mulher a qual estava mais perto do bebê segurava uma adaga que estava alinhada ao coração de Sam, esperando apenas apenas bater as três horas para que o sacrifício fosse feito, de certo era ela a chefe do grupo.
Quando a Detetive adentrou ao local, ela fez questão de bater com a mão na parede para chamar a atenção de todos, eles a olharam e ela sorriu. Ela foi passando entre eles, e todos iam caindo no chão, seus corpos ficavam azuis e secos instantaneamente, mas o sorriso da Detetive não saía de seu rosto. Faltava poucos segundos para três horas da madrugada, hora do demônio, hora de sacrifícios a ele. A Detetive encarou a mulher que tinha nos seus olhos uma crueldade reconhecida por qualquer um, aos poucos aquele olhar foi desfalecendo e ela virou a adaga para si mesma, apunhalando-se e agonizando no chão mesmo.
Ela pegou a criança no colo que abria um largo sorriso para ela, virou-se e quando saía daquele cômodo, deu de cara com um homem de blusa vermelha, olhos azuis e cabelos louros e bem curtos, ele a olhou e disse:
- Não é a primeira vez que você estraga os planos dele!
- E não vai ser a última, acredite!
- Só quero lhe avisar, ele prepara surpresas pra você.
- Pois diga a ele que tente ao menos, pois até hoje nenhum dos seus filhos foram capazes de me causar um sequer arranhão, incompetentes!
- Não subestime-o, ele te ama como se fosse seu filho, mas ele te odeia como se você fosse o pior inimigo dele!
- Não me subestime, Daemon, diga a ele que engula este amor, dele só quero ódio e rancor! - ela sorriu ironicamente.
O rosto do rapaz desfigurou-se e gritou com ela, não era uma voz apenas, eram várias vozes a gritar com ela, a fim de assustá-la. Dela então abriu-se um par de asas cinzentas que fez o homem desaparecer.
A Detetive então dirigiu pela cidade e deixou o bebê na porta da delegacia, e em alguns minutos a policia chegava na casa da família com o pequeno Sam nos braços.
- Senhora, queríamos procurar pistas na sua casa sobre o desaparecimento, de certo quem o sequestrou arrependeu-se e devolveu a criança.
- Mas já veio uma Detetive aqui e colheu as provas.
- A senhora deve estar enganada, houve uma queda da linha da polícia e só pudemos recuperar sua chamada há alguns minutos. - o policial respondeu e a mulher ficou pensativa e não sabia o que dizer.
- Claro que podem, venham comigo! - eles subiram a escada e quando passavam pelo quarto de Benjamin notaram que ele estava deitado na cama de bruços, a mãe foi até ele para acordá-lo e para seu desesperado ele estava sem nenhuma gota de sangue e seu corpo levemente azulado. Pelo chão do quarto haviam penas cinzentas e no criado-mudo uma carta de confissão, onde Ben assumia que havia dado o seu irmão para a seita para que fosse aceito por ela, nela continham todos os detalhes de como conseguiu sair da casa com o bebê e da localização do templo onde iriam sacrificá-lo.
Dias depois no enterro do rapaz, a dúvida era presente em cada rosto dos participantes: Quem ou o que era aquela detetive? Quem matou a todos e como os matou? Quem levou a criança até a delegacia? Ninguém sabia a não ser ela mesma.
Ao final do enterro quando todos iam embora, uma silhueta feminina apareceu por detrás de um túmulo e avistou Sam que abriu um largo sorriso para sua salvadora, a família entrou no carro e foi embora. A mulher então, agachou-se sobre o túmulo do rapaz e começou a falar:
- Sabe Ben,  somos parecidos, temos histórias iguais, ambos nascemos de um erro,  temos pais os quais não há nada de se orgulhar, somos filhos pródigos isso é fato. O que nos difere, é que eu escolhi o caminho certo, você não!
Ela se levantou e pôs-se a andar, mas logo desapareceu dentre a neblina daquela manha nublada e fria.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Carta àquele que faz os corações confusos

Eu nem sei pra que estou escrevendo isso... Tenho medo da sua reação, se vai olhar pra mim com aquele seu jeito ou se vai arregalar os olhos e nem vai falar comigo mais. Não vou te pressionar a nada, saiba disso. Eu só quero saber de você coisas que ficam rondando a minha cabeça toda hora que eu te vejo. Eu sempre me alegro ao ver teu sorriso do lado esquerdo da boca, ele se parece com o meu, é o sorriso mais timido e bonito que eu já vi. Queria saber em quem você pensa quando fixa o olhar em algo e sua mente vaga longe, seria muita sorte a minha se fosse eu a dona dos seus pensamentos. Eu sei que você me olha as vezes, não sei se me ve como sua melhor amiga, aquela que você pode falar suas coisas de menino que eu também saberei falar, não me importo que me veja assim, eu só queria que nesses intervalos de amizade eu recebesse um beijo seu, será pedir muito?
Falei que não ia pressionar e acabei me deixando levar por um desejo bobo meu que ta aqui no peito.
Meus outros amigos sabem muito que com eles eu estou sendo simpática e não estou afim deles, mas com você é diferente, eu não estou sendo simpática contigo, estou afim de você mesmo.
Desculpa ser tão direta, mas cansei de ficar apenas te olhando de espreita!
Sei que você acha que sou a pessoa mais estranha do seu ciclo de amizades e tenho que concordar com você, e falando nisso adoro quando você diz que sou louca e sorri de tão indignado com as coisas bobas que fico dizendo. Eu gosto! Pareço uma pessoa tão perto e tão distante ao mesmo tempo, pareço tão indiferente que as vezes acho que você tem um pouco de receio, mas não o tenha, não há indiferença com você.
Sei que não sou a mais bonita, nem a mais inteligente que você conhece, nem a mais engraçada, mas eu tento ser de tudo um pouco que acho que você gosta.
Vou colocar isso em algum lugar que ainda não sei onde, talvez apenas guarde isso no peito comigo mesmo, ahhh meu Deus, não sei! Esqueça tudo que eu escrevi, esqueça... se você soubesse a confusão que você faz na minha vida toda vez que olha pra mim você iria rir muito de mim.Mas esqueça tudo, é tudo besteira dessa minha mente, não sei onde estava com a cabeça... É só uma coisa boba que fica aqui no meu peito e eu queria te falar, mas deixe isso de lado... logo logo eu esqueço disso também...





(só pra não dizerem que eu não sei falar de amor)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Loucura

Era manhã de domingo e a missa acabara naquele instante, a praça antes vazia agora estava movimentada, cheia de fiéis se dirigindo a suas casas para fazer o tão bem elaborado almoço de domingo. Um homem de terno parecia que há dias não dormia direito, grandes olheiras e o cabelo todo bagunçado vinha saindo da missa quando passou em frente a um banco de praça onde uma senhora pelos seus cinqüenta anos de óculos escuros e bengala o parou:
-Senhor poderia me fazer companhia até minha carona chegar?
-Claro! –sentou-se e soltou um longo suspiro.
-Percebo que estás cansado, não andou dormindo por estes dias estou certa?
-A senhora é vidente? –ele sorriu.
-Não, tem coisas as quais não necessita dos olhos para se ver meu jovem! – ela tirou os óculos por um instante e mostrou-lhe seus estranhos olhos cinza.
-Deve ser terrível ser cega!
-Não é não, deve ser terrível não conseguir ver os caminhos corretos, as portas abertas da vida mesmo tendo olhos tão saudáveis quanto os seus!
-O que disse?
-O mesmo que você  conseguiu ouvir. Sei que estás triste, ouço sua respiração ofegante, o seu coração que bate tão tristonho, sua alma que parece sair de você a cada vez que abre sua boca.
-Estive passando por maus bucados senhora!
-Eu sei, eu sei. Pelo que percebo você veio buscar auxílio em Deus, mas antes você passou noites sem dormir e ingeriu muito álcool. Você buscou três soluções para o seu problema o qual não era de modo algum lutar contra eles, e imagino que depois da igreja você iria se matar. Não há sofrimento que justifique a morte, e sim a morte que justifica o sofrimento.
-Não sei o que fazer!-  ele começou a chorar.
-Até agora você apenas sentou e se lamentou da vida, mas não pensou em resolver seu problema.
-A vida nos impede, sempre! Acho que já estou louco com tudo isso.
-Posso te contar um segredo de como levo a vida? Lutando contra os sofrimentos, lutando contra a desordem em mim mesma?
-Sim.
-Saiba que a loucura não é a pior forma, a loucura é senão ausência de lucidez, ausência daquele senso moral que é estipulado pelo mundo sem ao menos nos consultar dos problemas. Então queira ser louco! Não meça as conseqüências de salvar-se, quer que a sua vida melhores? Corra atrás e esqueça-se do que os outros irão falar, esqueça a lucidez, esqueça o que o mundo diz. – ela se levantou e saiu a pequenos passos ainda dizendo. - Um terço de minha loucura eu guardo no peito, um terço na minha mente e um terço nos olhos. Guardo toda minha lucidez na cabeça, pois enquanto ela briga com um terço de minha loucura, os outros dois terços podem viver em paz! – ela parou em sua frente, e ele levantou os olhos, aquela velha senhora cega agora era uma moça que tinha seus olhos sãos. – Não, você não está louco, não ainda! Apenas está vendo coisas as quais não precisamos dos olhos pra ver. -  a moça então sumiu.

Naquele dia o homem foi até sua casa, procurou sua mulher e a abraçou. Foram-se horas de conversas a fio, foram lágrimas de dor pela perda do filho, foram largos sorrisos de esperança ao ver com a loucura que a vida não tinha acabado ali.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Garota sem nome

Todas as tardes lá pelas seis eu me debruçava sobre a janela e procurava avistar ao longe uma silhueta de mulher passando por aquela rua movimentada. O que ela tinha demais? Nada. Mas aquele nada era o tudo que eu procurava subconscientemente numa mulher.
Todas as tardes de segunda a sexta eu tinha o prazer de vê-la voltar da escola, lembro-me bem que foi num dia por acaso que eu a vi pela primeira vez, se não estou enganado foi numa sexta-feira de céu nublado e levemente escuro, vinha ao longe daquela rua sempre movimentada uma garota normal, com sua camiseta normal, sua calça jeans normal, com sua sapatilha comum, com seus fones de ouvidos que mais pareciam um membro a mais do seu corpo e com uma bolsa na qual carregava um caderno apenas.
O cabelo sempre bagunçado apostaria meu dinheiro que ela apenas levantava da cama e passava os dedos por entre os fios de tamanho médio, mas não era um bagunçado qualquer, era o bagunçado, eram apenas alguns fios que se sobressaiam às vezes e que ela timidamente arrumava apenas uma parte por detrás das orelhas pequenas e abertas.
Olhos castanho-avermelhados os quais não poderia se distinguir a tonalidade senão os olhasse contra o sol, boca pequena e vermelha de natureza, rosto branco e com as bochechas levemente avermelhadas, parecia uma vergonha natural que ela expressava. Magra e alta, um pouco sem sal para a maioria dos homens que busca corpos sarados ou às vezes uma gordurinha a mais para apertarem.
Em meio aquelas pessoas que transitavam pra lá e pra cá, ela tenta desvencilhar-se de aglomerados para andar mais rápido, era engraçado vê-la andar, parecia que todos os dias ela deixava o leite no forno e saía porque sempre a via andar depressa, como se estivesses esquecido algo em casa.
O sol estava a se pôr de frente para ela, fazendo com que seus pequenos olhos brilhassem e sobressaísse aquele mistério que me deixou de boca seca, apesar de ver o sol, acima dele estavam muita nuvens, algumas escuras, outras tão serenas. Ela olhou pro céu e quando virou um pouco o rosto ela encontrou meus olhos na janela do segundo andar a observando, como se eu fosse uma ameaça ao céu que ela contemplava, ela me olhou de um modo tão ameaçador que um pouco do meu ar sumiu. Ela logo abaixou os olhos e continuou a andar apressada e poucos segundo depois ela desapareceu em meio à multidão.
O final de semana que procedeu aquela sexta-feira foi uma tortura, eu não saía daquela janela nem que me calejassem os cotovelos, mas ela não apareceu. Apesar de amar os fins de semana, eu não conseguia parar de desejar que aquele terminasse logo, aquela garota sem graça era tudo que havia de engraçado no meu dia.
Logo a segunda-feira chegou, mal consegui estudar pensando nela, pensei tanto, mas tanto, que o rosto dela já havia se desgastado na minha cabeça e só me restava de lembrança os seus olhos. Tinha um medo de esquecê-la e depois perdê-la de minha mente de uma vez por todas, tinha medo de ela não aparecer naquela segunda-feira, que medo absurdo!
Já à tarde debrucei-me novamente e em poucos minutos lá vinha ela de novo, era um ritual continuo e sempre me olhava de modo ameaçador, meu coração disparava sempre, suava frio e chegava a me arrepiar quando ela me olhava.
Mas de certo nada que eu já tivesse visto de mágico nela foi maior do que o que ocorreu há poucos dias, ela vinha naquela rua que naquele dia estava mais vazia, pois se armara uma chuva que parecia ser forte.
 Diferentemente do que ocorriam todos os dias, ela não estava andando depressa, ela parecia estar aproveitando aquele momento. Olhava para o céu sem parar, andava contando os passos e até havia tirado os fones de ouvido e colocado em sua bolsa, algumas gotas começavam a cair sobre o seu rosto e ela nem ao menos demonstrava aversão aquilo.
As gotas pareciam cair mais rápido e cada vez mais forte sobre ela, então, ela fez algo que eu apesar de observá-la a muito tempo ainda não havia presenciado, ela sorriu. Um sorriso apenas do lado esquerdo do rosto, foi um sorriso tímido, mas pra mim parecia ser o sorriso mais alegre que houvesse visto. A chuva caia sobre seu rosto e parecia lhe lavar a alma, eu pensei naquele momento que ela iria criar asas e voaria por aquele céu.
Ela então olhou para janela e me viu, e eu que já estava habituado aquilo me assustei, pois ela sorriu pra mim. Senti como se algo tivesse explodido dentro do meu peito, acho que era felicidade. Ela passou as mãos sobre o cabelo e seguiu a vida dela.
Garota sem nome, sem historia, sem sentido, sem descrição que a cada dia levava o meu nada e o meu tudo de um lado pro outro dentro daquela bolsa, ouvindo o meu silencioso beijo nos seus fones de ouvido.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sem acasos

Em pé sobre um antigo edifício da cidade de Manhhatan estava o jovem neurologista de um dos maiores hospitais da cidade. Ainda de jaleco, com feição preocupada e atônita ele caminhou até o extremo do andar térreo e olhou para baixo, parecia decidido a pular.
- É uma grande decida não acha Dr. Mauttus? Deve machucar um pouquinho. -  disse uma jovem que aparecera lá de repente como se estivesse chegado num passe de mágica, nem um ruído, nenhum passo havia ouvido. Tinha cabelos castanhos escuros, olhos castanhos avermelhados bem vivos, pele branca, boca pequena e uma feição angelical. O neurologista tomou um grande susto e desequilibrou-se mas ela o segurou. - Acalme-se Doutor, não vou deixa-lo cair.
- Quem é você?
- Sempre a mesma pergunta.
- O que você quer?
- Sempre as mesmas perguntas, corrigindo-me! - ela sorriu e logo mudou a feição para tédio. - Não se importe com meu nome, estava aqui de passagem e  resolvi saber o que um homem bem sucedido faz a beira de um prédio, cheguei a pensar que iria pular, olha só que pensamento bobo o meu. - ela sorriu novamente, as vezes sua ironia lhe era garantia de muitas risadas. - O que foi Doutor? De repente calou-se.
- Não é nada, não é nada.
- Sabe Doutor, as vezes o que sabemos sobre o cérebro humano não é o bastante para sabermos de nós mesmos. As vezes o que sabemos de neuroquimica e sentimentos não é o bastante para sabermos o que é felicidade e o que é tristeza, não acha?
- Sim, eu acho! - ele disse num tom de voz tão desanimador e com os olhos cheios de lágrimas.
- Eu, nessa minha vida agindo sem rumo, sem consciencia e sem sentido tenho que lhe dizer que eu sim sei o que é felicidade e o que é tristeza, sei diferencia-los e sei muito bem que a minha indiferença é a linha tenue que separa os dois. Não sou a melhor pessoa do mundo, nem muito menos a pior. Eu tento ajudar as pessoas, não porque a moral humana me influencia ou porque eu acho certo, na verdade eu ajudo nem sei porque. - ela sorriu e sentou-se beira o prédio e ele logo fez o mesmo - É engraçado, eu sei. Se tão diferente que é, isso passa a ser cômico, e eu tendo a acreditar que isso se chama felicidade. Minha felicidade não se resume a uma familia bonita, eu nem ao menos posso ter filho, meus pais já se foram. Não se resume a amigos também, nunca estou no mesmo lugar, nunca dei espaço aos amigos, ficar perto de mim as vezes é perigoso. Minha felicidade é isso, é estar junto de você e dizer assim: Não se mate, tem pessoas que precisam de você! - ela sorriu meio de lado e olhou pra ele.
- Ninguém precisa de mim, a única pessoa que eu tinha na vida eu acabei de perde-la. Ela que sempre lutou para que eu me formasse e salvasse a vida das pessoas, hoje não pude salvá-la. Meu Deus como isso dói no meu peito.
- Esta vendo aquela árvore ali? - perguntou ela vendo ele chorar.
- Sim.
- É outono, e as folhas dela estão caindo. Viu só? Acabou de cair uma folha no chão. Acha que se eu tivesse uma cola super poderosa eu poderia forçá-la a estar junto da árvore?
- Não, é outono e as folhas tem que cair, é natural delas.
- Então... Quando as folhas devem cair como é de natureza delas um dia cair, ninguem pode fazer com que seja diferente!
Ele sorriu timidamente, mas ela sabia que algo havia melhorado em seu coração.
- Porque está aqui? De onde veio?
- Estou aqui para não sei o que vindo de não sei onde! - ela deu um largo sorriso. - Olha Doutor, é como eu disse, as vezes fazemos coisas as quais não temos a mínima explicação para aquilo. O senhor por exemplo, o senhor salva as pessoas porque?
- Não sei, sinto-me na obrigação, alguma coisa aqui dentro me diz para salvá-las e eu quase sempre consigo isso.
- Então, eu sou assim. Uma coisa aqui dentro me diz que tenho estar em tal lugar, a tal hora, e a própria pessoa me dá a entender o que ela precisa. É estranho, mas é normal! Não lhe conheço, não tenho afeto por você, eu tenho um simples sentimento de amor pelo mundo e ao mesmo tempo de ódio por causa das coisas que ele faz. Mas eu os amo, é uma sensação tão gostosa e ao mesmo tempo tão doída, morreria por qualquer ser, e faria de tudo para que nenhum morresse.
- Porque salvar-me? O que há de especial?
- Não sei, eu apenas faço isso que estou fazendo, o meu primo destino é quem se encarrega de mostrar as causas e consequencias dos meus atos quando cruzados com os seus. Bem, preciso ir agora.
- Mas alguém querendo pular de um pédio? - ele sorriu.
- Desta vez é que deixei o frango no forno, não posso deixar queimar, é uma receita nova que aprendi na TV.
- Você é incrível!
- Não sou não. - ambos se levantaram, limparam-se e olharam um pro alto enquanto o médico se afastava da beira do prédio. - Há algo de bom te esperando, há algo de bom que tem de ser feito, pessoas precisam do senhor, boa sorte Doutor Mauttus! Adeus! - ela sorriu e pulou do prédio.
Doutor Mauttus correu até a beira e nada viu, desceu correndo pelo elevador e foi até a rua mas ela não estava lá, ele então começou a caminhar pela rua quando de repente uma criança se solta dos braços da mãe e atravessa a rua correndo. Do outro lado, uma caminhonete aproxima-se em alta velocidade, o médico corre e salta sobre a criança e os dois rolam para a extremidade da rua, desvencilhando-se do carro que freia bruscamente, derrapa e capota em plena rua movimentada.
O médico olha pra criança que apenas sorri e o abraça, a mãe da criança corre até os dois e o agradece da forma mais desesperadora possivel, ela abraça o filho, já havia perdido o marido da guerra do Iraque, perder o filho seria o ultimato a ela e numa troca de olhares mais pura possível, a mãe da criança e o médico sorriram envergonhados, ali nascia um dos sentimentos mais louvaveis do ser humano, aquele sentimento chamado amor que era o motivo daquela mulher misteriosa ainda amar o mundo.
Do outro lado da rua a beira do carro, a mulher misteriosa se abaixava, olhava o corpo do motorista todo ensaguentado, com um enorme corte na testa e uma garrafa de bebida quebrada no teto do carro que agora estava virado para baixo. Levantou a cabeça, olhou para o médico e a mãe da criança que conversavam na rua e sorriu dizendo:
- E ele ainda perguntava o porque de eu querer salvá-lo, seres humanos são tão engraçados. - abaixou-se novamente, balançou a cabeça desapontada - A bebida te mata de varias formas quando misturadas ao volante, você morreu da forma mais irônica possível. É certo e provado - ela se levantou e saiu andando - alguns merecem salvação - olhou para o médico - outros não. - ela olhou para frente e o espirito do motorista ainda tentava entender o que acontecia, caído no chão sem forças, sem vida, sem nada.
Ela continuou a caminha ignorando os lamúrios do homem, então encontrou um homem asiático de terno, cabelo comprido penteado para trás e uma barba bem feita, ao lado dele dois cachorros pretos cujos os olhos não há descrição.
- Eu já fiz o meu trabalho, agora é com você, boa sorte! - disse ela ao asiático que assentiu com a cabeça.
Segundos depois os cachorros arrastavam o espirito do motorista e o médico constatando a morte do homem seguiu levando a criança e a mãe para casa.
Seja ela quem fosse, ninguém duvidaria da veridicidade de suas palavras!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Justiça

Num bar de beira de estrada a pelo menos 400 km da capital de Ohio estava àquela mulher de olhos meigos, sentada em frente ao balcão tomando um refrigerante. Pela porta naquele instante entrou o padre Spawn, conhecidíssimo nas cidades vizinhas pelos seus atos caridosos e pelos ensinamentos quanto ao perdão. Sentou-se ao lado da mulher e pediu que a garçonete lhe desse um café forte com creme, olhou para os lados cumprimentou a todos e olhou para a TV, depois para o relógio que marcava 11:00h da noite, então voltou o olhar cansado para a TV .
Passava uma reportagem sobre a morte de um empresário de renome em Ohio, dono de grandes negócios e de uma fama no meio mulheril que até piadas fizeram sobre seu enterro, disseram que as mulheres iriam nuas para o enterro e colocariam suas calcinhas no caixão. Todos no bar riram menos a mulher e o padre.
-As autoridades não sabem ainda o motivo da morte do Sr. Dumbleor, tudo indica um provável suicídio, mas a pergunta que não vai sair da mente de todos: Por que um homem tão jovem, tão rico e popular iria se matar?
-Não se vive apenas do ócio, do fácil e do fútil, não concorda Padre Spawn? – disse a mulher interrompendo a concentração do Padre.
-Claro minha filha, claro! – disse ele sem jeito, olhou para os lados não havia ninguém a não ser a garçonete que falava com um policial, certamente tinham um flerte. O Padre suava frio e esfregava as mãos como se estivesse muito nervoso.
- Padre, posso te contar uma coisa? Uma confissão?
-Não seria melhor ir a igreja minha filha?
- Não Padre, não sou adepta a igrejas e presumo que o senhor é a pessoa certa a me ouvir. Não há ninguém nos ouvindo, por favor!
- Oh, claro! Já que você precisa tanto se confessar, eu acho que todo lugar é habitação de Deus então não vejo problemas!
-Obrigada! É uma história que aconteceu há umas três horas: Eu estava sentada num restaurante tomando um bom vinho quando senta ao meu lado o dono do estabelecimento. Quando olhei para ele não tive dúvidas que seria este tal Sr. Dumbleor, Davi Dumbleor. Ele pegou em minhas mãos, perguntou meu nome, eu respondi, ele disse ser um nome bonito e que estava a me observar a uns dias já, pois todos os dias eu fazia a mesma coisa. Eu estava a trabalho, e aproveitava as tardes para tomar um vinho até que o sono chegasse, ele então observou minha rotina e disse que tinha algo para tirar-me daquela monotonia, pois de onde já se viu uma moça bonita, sim Padre, foi assim que ele disse com a voz impetuosa e atraente “De onde já se viu uma moça bonita como você viver em total monotonia e sem alguém para acompanhá-la?” ele virou pro lado de uma daquelas risadas que sempre o vira dar em fotos de revistas econômicas e continuou “Não se fazem homens como antes, mas olha a sua sorte, nesta cidade sobra um ainda e você esta sentada com ele, e por coincidência este homem quer ser todo seu esta noite.”, ele sorriu novamente e eu sorri sem jeito, estava envergonhada, mas decidi sair com ele. Entrei no carro dele, e que carro em Padre? Miúda como sou quase sumi dentro dele, ele falava coisas tão lindas, me fazia sonhar e deixar a frieza do trabalho de lado e até pensar em casar – ela disse isso e seus olhos se encheram d’água – Bom, continuando! Ele então me levou até um hotel que era de propriedade dele, pediu ao gerente que lhe mandasse o melhor champanha e alguma coisa para beliscar. Entramos no quarto, ele disse que ia tomar um banho e que logo depois eu poderia tomar um banho também, me deu um beijo e foi ao banheiro. Alguns minutos depois ele saiu e eu entrei no banho, ele então resolveu fazer a barba no banheiro enquanto eu dentro do box me banhava.
Ele então começou a falar de mim, disse que pelo que havia já visto de mim poderia traçar meu perfil, eu então pedi que falasse talvez assim eu pudesse saber qual a idéia que eu passava. Ele então falou enquanto passava a navalha no rosto “Sabe, eu te vi e já pensei ser você uma mulher frágil, que tem medo de se relacionar porque seu maior medo mesmo é de sofrer, se machucar, por isso você se tranca no trabalho e nessa sua vida monótona para que nada e nem ninguém possa entrar na sua vida. Você pensa assim porque nunca teve um homem de verdade, que te fizesse feliz, que te amasse de verdade.” Eu então retruquei, perguntei a ele se por acaso ele seria aquele homem, ele respondeu entre meio ris. “Quem sabe? Você bem sabe que sou um homem de negócios e despendido, mas posso fazer mais de uma mulher sorrir, é só elas quererem.”  Perguntei a ele se eu podia dizer o que pensei dele, ele respondeu que sim, perguntei novamente e completei que ele poderia se arrepender porque sou muita sincera, ele disse que não se importava porque ele usava as críticas para melhorar. “Bom, quando eu te vi pensei o que todas pensam, mas ainda tentam se enganar pensando que não, pensei sim que você não é homem de uma mulher só e que seus flertes seriam por uma noite e nada mais.” “Quer saber garota? Você está certa! Você é bem esperta em? Mas mesmo sabendo quer continuar?” “Você não me conhece bem, e errou em algumas coisas que disse de mim. Não sou frágil, nem um pouco frágil. E você? Você é um péssimo manipulador, me surpreendo de ver que as mulheres caem em sua lábia tão maltrapilha, talvez queiram como eu me divertir um pouco as custas de desejos infames de ter nas mãos um homem poderoso, mas vejo muitos corações quebrados por onde passo, e vejo que as mulheres realmente acha que você as ama. ” .Ele então Padre virou-se para o box e começou a olhar eu falar e ensaboar meu corpo diante daquele vidro embaçado, de repente ele ficou tonto, voltou para o espelho e ficou contemplando a si mesmo, mesmo assim continuei. “Eu não sou manipulada, geralmente eu manipulo como fiz com você, enquanto você pensava que estava sobre mim, na verdade quem jogava as cartas era eu. Ninguém me manipula, o único idiota que tentou foi você, no mundo não existem tantos subestimadores assim, só uns poucos idiotas que restam. Bom, você deve estar se perguntando quem sou bem, eu não sei, ando por aí a fazer coisas inacreditáveis e eu não vou lhe contar também não. Pessoas como você machucam as outras, tanto por dentro quanto por fora, as fazem morrer e de algum modo devem pagar por isso, mas a justiça ainda não tem lei que julgue quem mata o coração das pessoas, quem mata o amor delas, então eu dentre muitas obrigações que tenho eu faço esta justiça. Na verdade, eu apenas digo a verdade, o resto as pessoas fazem por si.” Ele olhou no espelho Padre, pegou a navalha e começou a mutilar seu próprio rosto, depois o peito dele e o ultimato foi quando ele cortou sua própria garganta, eu então sai do box pulei sobre seu corpo ensangüentado que se contraia de dor naquele chão frio e molhado. Vesti-me, sai pela porta da frente, olhei para o gerente e fui cômica o bastante para dizer “Acabei com ele”, mas o gerente logo se matou também, é uma questão de tempo até achá-lo dentro do quarto dos fundos pendurado por uma corda. Por favor, Padre, não conte a ninguém, lembre-se que isto é uma confissão. E o senhor nesta sua mente doentia Padre, deve estar se perguntando o porquê de eu estar te contando isso, parece óbvio não? Eu sei das crianças as quais o senhor abusou, das quais matou e do quanto o senhor adora as confissões de quarta-feira porque é o dia das crianças e adolescente irem a igreja não é? Tenho nojo do senhor, queria matá-lo, mas o senhor mesmo vai fazer isso, não quero sujar minhas mãos com sangue de um pedófilo, Deus iria me castigar mesmo sendo o senhor um monstro. Sabe quantas mães vão a sua igreja e choram aos pés do Pai pedindo uma luz sobre onde estão os seus filhos? Muitas Padre, muitas. Só que elas não perceberam que todas às vezes o rosto do filho do Pai está virado para uma portinha que dá acesso ao porão onde estão escondidos os corpo deles. Que pecado em Padre, que pecado! Eu sei o porque de o senhor estar nervoso, você abusou de uma criança e ela fugiu não é? Há essa hora algum policial deve estar chegando aqui para prender-te. Mas o senhor não merece prisão, merece a morte. – ela então sorriu.
O Padre suando frio e tremendo, levantou-se do banco e foi até o policial lhe tomou a arma e atirou em sua própria boca. A mulher se levantou, foi até o seu carro e saiu pela estrada, alguns quilômetros depois parou em outro bar, pediu um café forte com creme e pediu que aumentassem o som da TV.
-Acabamos de receber informações de que o Padre da nossa cidade se matou, o motivo seria a descoberta de um quartinho na igreja onde ele escondia os corpos das crianças que ele abusava, por um milagre uma criança escapou e contou as autoridades que agora faz o reconhecimento dos corpos.  Os pais das vítimas choram muito, mas dizem que agora seus filhos podem ser enterrados com dignidade e que a justiça divina fora feita.
Novas informações também sobre o caso do suicídio do Sr Dumbleor, segundo as autoridades ele escreveu no chão do quarto com seu próprio sangue uma frase: Não se vive apenas do ócio, do fácil e do fútil, perdoem-me pelas dores que causei! As autoridades afirmam que esta frase foi escrita antes do corte na garganta que foi o que provocou a sua morte. Temos então a resposta para nossa pergunta!
A mulher se levantou dizendo as mesmas palavras que a repórter dizia na TV: Não se vive do ócio, do fácil, do fútil, do libido, se vive para o amor, do amor e com amor! 

domingo, 2 de janeiro de 2011

La muerte, beso de la muerte

Acabara de descer as escadas do escritório até o estacionamento, pegou o carro e logo quando saía viu uma garota ao lado de um carro olhando bem para ele, pensou ser só mais uma garota sem nada a fazer naquela grande cidade.
Chegou do trabalho cansado, a semana fora difícil na empresa, era plena sexta-feira e ele planejava sair mesmo estando daquele estado. Trancou a porta da sala, acendeu as luzes da casa e se dirigiu para o banho, afrouxou a gravata em frente ao espelho e logo que encarou-o viu uma garota atrás dele. Assustou-se e virou para trás mas nada havia, voltou-se para o espelho e nada refletia também, pensou que aquela alucinação deveria ser efeito do árduo trabalho. Entrou debaixo do chuveiro, puxou a cortina e pôs-se a banhar-se, em meio ao banho viu uma sombra passar diante a cortina, abriu-a instantaneamente e nada viu. Saiu rápido do banheiro, apenas enrolou-se numa toalha e com um taco que pegou na despensa saiu a ver o que havia na casa, as luzes então se apagaram e ele se viu encurralado por uma coisa que não tinha idéia do que era.
-Quem está ai? Se veio roubar, pode levar o que quiser, só me deixe em paz!
-Homens! Sempre imaginando o pior! - disse uma voz límpida que chegava a acelerar o coração.
-Por favor, pode pegar o que quiser!
-Não quero nada material, só quero que fique em casa!
-Para que? Vai me seqüestrar? Me manter em cárcere?
-Ah, largue de ser idiota, se quisesse isso já teria feito! - as luzes reacenderam e ela estava de frente pra ele com olhos nos olhos. Era uma garota de olhos pretos, cabelos compridos e negros e pele branca, nem tão alta e nem tão baixa. - Só quero que fique em casa!
-Mas porque? Porque está aqui em casa?
-Ah, você já está me enchendo o saco! Cale-se e fique aqui dentro.
O telefone tocou, ele hesitou em não atender, mas ela fez um sinal com a cabeça indicando-lhe a atender o telefone. Ele pegou o telefone com cuidado e atendeu trêmulo.
-Alô Mark!
-E aí já está pronto para sair?
Ela fez um sinal de negação.
-Olha só, não vai dar pra eu ir não. Peguei uns relatórios da empresa pra fazer e estou com um resfriado. - ele tossiu fingindo.
-Ah, não fala isso cara!
-É sério, vai lá, talvez amanhã eu vá!
-Está bom então Sr. Trabalho. Vou me divertir por você!
-Está certo, até mais!
Ela sorriu.
-Fez certo!
-O que quer? Porque não posso ir?
-Daqui seis minutos e 35 segundos você saberá!
-Oh meu Deus! O que você vai fazer?
-Eu? Nada. Seus amigos idiotas é que vão!
-Do que você está falando?
-Você pensa que quando se é chefe de uma empresa se tem amigos de verdade? Não, não tem. São poucos, raros, as vezes nenhum.
-Não estou te entendendo.
-Sente-se por favor senhor Teles. - ele então sentou e ela continuou - Quer a verdade?
-Sim.
-Então deve acreditar e não questionar, meu tempo aqui é curto. - ele balançou a cabeça como se concordasse com ela - O senhor é um dos maiores empresários do nosso país, com um dos patrimônios mais desejados. Apesar de sua inteligência para negócios, de certo, o senhor foi muito imbecil ao colocar seu primo e amigo de infância no seu testamento. Está certo que o senhor não tendo família, deveria dar este dinheiro a alguém. Só que não escolhera bem.
-Espere aí, eu sei muito bem da índole do meu primo Mark e se que ele nunca faria nada contra mim.
-Oh meu Deus quanta ignorância, eu tenho fotos. Quer ver?
-Por favor! - Ela colocou as fotos sobre a mesa de centro, e nelas estavam seu primo Mark e mais alguns homens que não tinham cara de serem de uma índole confiável. - O que é isso?
-É a armação do seu assassinato!
-Isso não prova nada, não se sabe o que estavam falando, é impossível provar isso. Saia da minha casa agora! Você deve ser mais uma golpista.
Ela olhou para a porta de um modo brusco, farejou algo, seus olhos viravam de um lado pro outro como se quisesse identificar algo. Então sorriu.
-Seus amigos vieram te buscar, não vai querer ir com eles?
Ele então pegou no braço dela e a empurrou até a porta, ela não ofereceu resistência pois sabia do que ia acontecer. Ele abriu a porta e quando ia empurra-la para fora deu de cara com seu primo, ela então deu um cutucão em Teles como se fosse um sinal de silêncio.
-Ora! Vim te buscar, mas vejo que já está ocupado. - Mark sorriu para a moça.
-Ela já estava de saída, não é? - ele olhou pra moça com uma cara de raiva.
-Não, eu não estou! Este cretino me iludiu e agora quer me botar pra fora como uma cachorra vira-lata de rua. - ele arregalou os olhos não entendendo o que ela estava falando.
-Que resfriado em primo? Eu queria pegar um resfriado deste. Mas vamos sair, a boate está lotada! - disse Mark, mas logo Teles notou que havia uma arma na cintura de um rapaz que estava logo atrás de Mark e coincidentemente era o mesmo que estava com Mark na fotografia.
-Pensando melhor Mark, vou conversar melhor com ela. Acho devo desculpas a ela! - disse Teles puxando o braço da garota para junto dele.
-Olha aqui Teles! - disse ele com cara de impaciência - Bem que eu queria te matar de um modo mais discreto, sem você ao menos saber o que houve, mas você já me encheu a paciência! - disse Mark empunhando uma arma.
Logo, a garota empurrou Teles para trás e os capangas contratados por Mark já entravam em casa e apontavam armas para Teles.
-Eu te avisei não é seu idiota! - disse a garota entre meio os dentes.
-Agora não dá tempo de pedir desculpas!
-Ei, parem de conversa! Bom Teles, você deve estar se perguntando o porque disto, mesmo que pareça tão óbvio tem coisas que você não sabe. A MINHA empresa irá fechar um negócio bilionário com uns mexicanos, e acredite, a empresa passará de um mera empresa de tecnologia para a maior empresa de desenvolvimento de chips voltados para robótica bélica.
-Mas porque isso? - perguntou Teles.
-Trabalhar com o que estávamos não dá dinheiro, e de certo você nunca aceitara trabalhar para o terrorismo e é isso que dá dinheiro meu primo. Como sua empresa é minha se você morrer, nada mais lucrativo que matá-lo não acha?
-Seu crápula maldito, você deve a mim a comida que você come, a roupa que você veste, e mesmo assim me empunha-la pelas costas?
-Hei, pode parar! Você estará melhor morto do que vivo, e eu nem terminei de dizer meu plano mirabolante. Bem, continuando, combinei há alguns dias com os rapazes que quando saíssemos hoje, eles iriam cercar nosso carro e como se quisessem assaltar-nos eles iriam matá-lo assim não teria investigação para o meu lado.
-Então você veio aqui me impedir que isso acontecesse! - disse Teles virando-se para a garota.
Um dos capangas cochichou no ouvido de Mark e ele sorriu de modo impetuoso.
-Então era você que seguia-nos de carro nestes dias, foi você no tiroteio naquele beco.
-Do que ele está falando? - perguntou Teles para a garota.
-Ela não te disse? Que namoradinha estranha você tem! Essa mulherzinha nos seguiu o tempo e quando descobrimos ela nos atirou. Não sei quem ela é, mas não importa irei matá-la mesmo! Leve-a para outra sala e mate-a- Mark mandou que um de seus capangas fizessem isso e do outro lado um tiro era disparado e um corpo caía no chão.
-Nãoooooooo! Seu desgraçado, eu fui tudo que você não teve e você faz isso?
-São negócio, são negócios!
Teles arregalou os olhos e fixou-se a olhar para trás de Mark, a garota matava silenciosamente todos os capangas e agora engatilhava a arma na cabeça de Mark.
-São negócio Mark, são negócios! - ela disse e Mark arregalou os olhos sem olhar para trás. Ela abaixou a arma para o rumo da coluna de Mark e atirou. -Não quero matá-lo, pelo menos não agora!
-Obrigada, obrigada! - disse Teles abraçando-a.
-Está bem, agora me larga, tenho mais o que fazer!
-Como assim?
-Você acha que é único que está programado para morrer é? - disse ela dando as costas pra ele e saindo.
-Espera, espera! Qual é o seu nome?
-La muerte por la justicia. - ela voltou até ele e lhe deu um beijo - E este é o tão falado beso de la muerte.
-Bom, este beso de la muerte não é tão ruim como dizem. Mas como é seu nome? como posso acha-la.
-Bem, até eu não sei quem sou, se souber, eu mesmo te encontro.
Ela seguiu andando até o portão da casa, virou para direita e seguiu a rua, ele correu atrás dela mas não havia ninguém na rua. ela havia desaparecido. La muerte havia sumido. Ele então sorriu e ela de longe em cima da torre da igreja observava a silhueta daquele homem ao longe voltando para casa que agora estava cheia de policiais, a morte não chegara para aquele homem, não agora. Ele ainda tinha uma missão a fazer, ela não sabia qual, mas devia impedir a morte dele por enquanto até que ele fizesse o que era necessário.